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Mensagem de tolerância no universo bruxo ajudou na formação de jovens

  • Gabriel Thomaz
  • 24 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura


A psicóloga Marcela Pavan, especialista em casal e família pela PUC Rio e autora do blog "A caminho da mudança", acredita que a mensagem de tolerância presente no enredo da série Harry Potter ajudou na formação de milhares de jovens ao redor do mundo. Ela sustenta que a identificação do público com as mais variadas situações de preconceito na saga ajuda a aproximar o mundo real da ficção.


- Muitos leitores sabem bem o que é sofrer com preconceitos na vida real. Por não se enquadrarem em um padrão desejado são muitas vezes inferiorizados, não só na escola, mas também dentro da própria família. O mais valioso é a mensagem passada para essa criança que tanto ela quanto Harry Potter possuem um grande potencial, mesmo que isso ainda não tenha sido reconhecido pelo outro – afirma a psicóloga.


Durante a saga, diversos personagens são discriminados pela sociedade bruxa pelos mais variados motivos. O vilão Lord Voldemort (foto acima), por exemplo, tem uma grande aversão aos chamados “sangues ruins” (pessoas que nasceram de pais não bruxos). Além disso, Harry cria uma relação de amizade com Dobby, um Elfo. Esses seres são vistos como propriedades de famílias e trabalham com afazeres domésticos.


Mesmo que os episódios de Harry Potter tragam uma mensagem de tolerância embutida em seu enredo, a adaptação dos livros para o mercado cinematográfico escancarou algumas falhas. Para Milena Pacheco, mestre em Mídia e Cotidiano pela Universidade Federal Fluminense (UFF), o fato dos personagens principais serem brancos é um desses deslizes.


- Embora seja uma história que se baseia, entre outros fatores, em relações de preconceito racial entre os bruxos, a importância de atores negros, ao se observar os filmes, ainda é muito baixa. Porém, se as histórias são bem aproveitadas como conteúdo para uma discussão mais ampla, várias de suas características são importantes, especialmente na questão do preconceito - afirma Milena.


Em Harry Potter e as Relíquias da Morte, Hermione teve a palavra "Sangue Ruim" marcada no braço

No penúltimo filme, Hermione teve a palavra "Sangue Ruim" marcada na pele


Em 2017 é comemorado o aniversário de 20 anos do lançamento de Harry Potter e a Pedra Filosofal (primeiro livro da saga escrito por JK Rowling). A edição, que tinha inicialmente o público infanto-juvenil como alvo, foi a mais vendida dos sete livros, alcançado a marca de 107 milhões de cópias.


O sucesso dos livros fez com que cada vez mais crianças e adolescentes tivessem interesse pela leitura, dando ao romance o papel de colaborar na educação desses jovens. De acordo com a psicóloga Marcela Pavan, os pais são primordiais na educação de seus filhos, mas é inegável a influência das histórias de ficção nesse processo.


- As histórias e os contos de fadas ativam e desenvolvem recursos emocionais na criança, em algum aspecto ela se identifica com a história e aprende com ela, principalmente que os medos podem ser enfrentados evencidos. Quando a criança pede insistentemente para ver novamente uma história, está tentando internalizar algo que é importante para ela naquele momento, mas ainda não tem consciência disso – avalia a psicóloga.


As adaptações das obras de JK Rowling ao cinema começaram em 2001. Alavancando ainda mais sucesso para a história do bruxo, as versões cinematográficas não deixam de ser eficientes em transmitir valores morais ao não apresentar com tanta profundidade algumas relações de preconceito como nos livros.


- O envolvimento de Hermione com a causa da libertação dos Elfos Domésticos, por exemplo, é muito mais explorado nos livros. Por outro lado, o filme pode vir a alcançar um público maior, o que também é fator para que seja bem-sucedido ao provocar alguma reflexão. Logo, acredito que há diferentes pontos de vista que permitem que um ou outro meio seja mais eficiente – analisa a Mestre em Mídia e Cotidiano Milena Pacheco.


Sucesso entre milhões de pessoas Harry Potter também alcançou cifras expressivas ao longo dos últimos anos. Foram mais de 400 milhões de livros vendidos no total em 69 idiomas. No cinema bateu a casa dos U$6 bilhões em bilheteria. Em 2016, a franquia voltou às telas de cinema com “Animais Fantásticos e onde habitam”.


 
 
 

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Estudantes de Comunicação Social da PUC-Rio. Projeto sobre os 20 anos de Harry Potter desenvolvido para a disciplina de "Redação em Jornalismo Impresso", turma 2IC. 

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