Marca 'Harry Potter' é lucro para o cinema e impulsiona novas áreas do mercado
- Jorge Vasconcellos e Maria Clara Correia
- 24 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

A saga “Harry Potter” atingiu R$ 7,7 bilhões neste ano e tornou-se a franquia mais lucrativa do cinema mundial. De acordo com dados da Revista Forbes, a marca já é estimada em R$ 77,4 bilhões. A história do bruxinho, escrita pela britânica J. K. Rowling, extrapolou a literatura e conquistou o público com produtos, como jogos, camisas e outros objetos.
- A procura pelos livros continua, pois a editora lança sempre edições especiais, como boxes, livros de capa dura, versões ilustradas, além do fomento dos filmes da série - disse o assessor de imprensa Benjamin Magalhães, da Livraria Travessa.
Segundo ele, o grupo vendeu mais de 10 mil exemplares da obra desde 2002. Magalhães garantiu que, mesmo com o surgimento de outros produtos, os leitores ainda recorrem aos primeiros títulos da franquia.
O primeiro volume foi um trabalho de seis anos da autora, que apresentou um universo mágico paralelo à cidade de Londres, na Inglaterra. Rowling levou o material para doze editoras do Reino Unido e somente uma delas retornou contato, ainda que não tenha feito uma oferta. “Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi lançado em 31 de junho de 1997 com tiragem de 500 cópias. Hoje, estes exemplares são peças de colecionadores estimadas em 129 milhões de reais.
A estudante Giovana Medeiros, de 19 anos, herdou os livros do pai aos 12 anos e confessou que não teve interesse imediato no presente. Anos depois, ela decidiu ler os romances.
- A literatura me fez comprar outras coisas em uma loja virtual, indiscriminadamente, como blusas, canecas e outros objetos, além de me fazer ir à Disney - declarou.
Os efeitos da marca Harry Potter também atingiram Orlando, cidade americana conhecida pelos parques de diversões. A Universal Resort, um dos complexos de entretenimento do local, fez o maior investimento de sua história na criação no “The Wizarding World of Harry Potter”. Mais de U$ 265 milhões foram investidos na criação de um espaço temático do bruxinho, com resort e inúmeros brinquedos referentes à saga. Segundo o site americano Foursquare, desde a criação do parque, o número de visitantes do Universal Resort vem crescendo 5% ao ano, número recorde para esse segmento. Além das atrações, o ''The Wizarding World of Harry Potter'' vende artigos licenciados da saga do bruxinho.
A repercussão da obra na literatura e no cinema abriu os olhos de investidores no Brasil, como os da “Confeitaria da Luana Davidsohn”, situada em São Paulo. A empresa especializada em cupcakes e bolos decorados começou a oferecer doces com o tema “Harry Potter” para atender a uma demanda de clientes.

Cupcakes decorados com o tema Harry Potter na Confeitaria da Luan Davidsohn, em São Paulo.
A diretora de marketing Marina Zinn informou que, para a confeitaria, é importante respeitar os personagens e a temática da história, para que os clientes se fidelizem. Ainda assim, ela considera essencial a qualidade do produto.
- Para os próximos anos, a expectativa de crescimento se mantém constante. Não acreditamos que a marca vá vender mais do que já vende. A personalização ajuda, mas o sabor do bolo continua fundamental – garantiu Marina Zinn.
Em 2016, a escritora J. K. Rowling lançou o último livro relacionado ao bruxo: “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”. Ela garantiu que a obra daria fim ao romance que conquistou várias gerações. Os sete livros do bruxinho foram traduzidos em 79 idiomas, com mais de 450 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. No Brasil, a vendagem da obra atingiu a faixa de 4 milhões de cópias.
O ator Tom Felton, que interpretou o vilão Draco Malfoy, fazendo uma tour no "Harry Potter World".
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